quinta-feira, 14 de agosto de 2014

PEQUI - fruta natural do cerrado

Pequi

Nome científico : Caryocar brasiliense Cambess
O pequi é uma fruta nativa do cerrado brasileiro, muito utilizada na cozinha nordestina, do centro-oeste e norte de Minas Gerais. Em Goiás e Mato Grosso, é conhecido como o rei do cerrado, tal o seu valor como alimento.
O pequizeiro é uma arvore protegida por lei que impede seu corte e comercialização em todo o território nacional.

A árvore do pequí atinge geralmente 10 metros de altura, tronco com ramos grossos, normalmente tortuosos, de casca áspera e rugosa de cor castanha acinzentada.

Folhas pilosas, recobertas com pelos curtos, compostas, formadas por três folíolos com as bordas recortadas, tendo as nervuras bem marcadas. Suas folhas, ricas em tanino, fornecem substância tintorial, usadas pelas tecelãs.

Grandes flores brancas-amareladas, vistosas e bastante decorativos. As flores, de até 8 cm de diâmetro, são hermafroditas. O pequizeiro floresce durante os meses de agosto a novembro.

Fruto tipo drupa, arredondado, casca esverdeada, como um abacate pequeno, só que mais rechonchudinho. O fruto, do tamanho de uma pequena laranja, está maduro quando sua casca, que permanece sempre da mesma cor verde-amarelada, amolece. Polpa de coloração amarela intensa que envolve uma semente dura, formada por grande quantidade de pequenos espinhos. Seu caroço é dotado de muitos espinhos, e há necessidade de muito cuidado ao roer o fruto, evitando cravar nele os dentes, o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas. Frutificação de novembro a fevereiro.

Altamente calórico, perfumado, assim como o gosto meio adocicado, é usado como condimento. O fruto do pequizeiro é rico em Vit. A e C, principalmente. Sua polpa contém uma boa quantidade de óleo comestível, sendo muito rica em vitamina A e proteínas.
Os frutos são muito usados para se cozinhar com arroz ou outros pratos salgados, das mais variadas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com peixe, com carnes, no leite, e na forma de um dos mais apreciados licores de Goiás. Seu grande atrativo, além do sabor, são os cristais que forma na garrafa, que dizem, são afrodisíacos.
A amêndoa ou castanha é comestível e muito saborosa. É utilizada na indústria de cosméticos para a produção de sabonetes e cremes, usado para fortalecer a pele.
O óleo da polpa tem efeito tonificante, sendo usado contra bronquites, gripes, resfriados e controle de tumores. O chá das folhas é tido como regulador menstrual, combatendo também enfermidades dos rins e bexiga.

O pequi deve ser comido apenas com as mãos, jamais com talheres.
Deve ser levado a boca para então ser "raspado" - cuidadosamente - com os dentes, até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada e parar antes que os espinhos possam ser vistos.
Jamais atire os caroços ao chão: eles secam rápido e os espinhos podem se soltar.
A castanha existente dentro do caroço é muito saborosa; para comê-la, basta deixar os caroços secarem por uns dois dias e depois torrá-los.
A raiz é tóxica e, quando macerada, serve para matar peixes. Sua madeira é de ótima qualidade, alta resistência e boa durabilidade. A madeira fornece dormentes, postes, peças para carro-de-boi, construção naval e civil e obras de arte. Suas cinzas produzem potassa utilizada no preparo de sabões caseiros. A casca fornece tinta, de cor acastanhada, utilizada pelos artesãos no tingimento de algodão e lã.

No Parque Indígena do Xingu (MT), representa uma reserva alimentar para a época das chuvas, quando a caça e a pesca escasseiam.

É também conhecido como piqui, piquiá, pequerim, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, suarí. A palavra pequi, na língua indígena, significa "casca espinhosa".



                  




 - O uso do pequi e do pequizeiro no Sertão
Esta palestra a respeito do pequi, foi proferida pelo Doutor Hermes de Paula, folclorista e historiador de Montes Claros (MG), no dia 23 de agosto de 1972, como encerramento da Semana Folclórica, patrocinada pela Comissão Mineira de Folclore, em Belo Horizonte, quando ainda não havia uma grande consciência da necessidade de sua preservação!



 - A Lenda do pequi - Marieta Teles Machado



 - Vem aí o pequi sem espinhos : pesquisa obteve sucesso e produção começará em breve - A partir deste mês, a Embrapa Cerrados começará a desenvolver um pequi sem espinhos, com mais polpa e com sabor mais apurado - 04/09/09 - montesclaros.com



Licor de Pequi

Ingredientes:
1 kg de açúcar
1 litro de álcool de cereais ou vodka
1 xícara e meia de massa de pequi
1 litro de água

Modo de Preparo:
Lavar bem o pequi e colocar para cozinhar. Deixar esfriar, eliminando os caroços e colocar a massa do pequi na "infusão" por 15 dias no álcool ou vodka. Coar, filtrar e fazer o xarope com água e açúcar. Colocar a infusão no xarope frio, engarrafar e deixar envelhecer.



Frango com Pequi

Ingredientes:
Um quilo de frango
Cebolinha picada
Doze pequis.

Modo de fazer:
Corte o frango em pedaços, tempere com alho e sal e refogue. Deixe grelhar um pouco e, a seguir, acrescente os pequis e a cebolinha, cubra com água e cozinhe por cerca de 20 minutos. Sirva quente. Para acompanhar, arroz branco.


Arroz de Pequi

Arroz com Pequi - é o prato típico do Goiás, onde o fruto também é tradicionalmente preparado em gordas e saborosas galinhadas.

Ingredientes:
1/4 de xícara de chá de óleo ou banha de porco
1/2 litro de pequi lavado
2 dentes de alho espremidos
1 cebola grande picada
2 xícaras de chá de arroz
4 xícaras de chá de água quente
Sal a gosto
Pimenta-de-cheiro ou Malagueta a gosto
Salsinha, cebolinha picada a gosto

Modo de Preparo:
Coloque o pequi no óleo ou gordura fria (se usar o fruto inteiro, não é preciso cortar, mas cuidado com o caroço). Acrescente o alho e a cebola e deixe refogar em fogo baixo, mexendo sempre com uma colher de pau para não grudar na panela, e respingue um pouco de água quando for necessário. Quando o pequi já estiver macio e a água secado, acrescente o arroz e deixe fritar um pouco. Junte a água e o sal. Quando o arroz estiver quase pronto, coloque a pimenta-de-cheiro ou malagueta a gosto. Na hora de servir, polvilhe o arroz com salsa e cebolinha e um pouco de pimenta.

Observações:
Para esta receita, não utilize panela de ferro, pois a fruta fica preta.
Cuidado! Se você morder o caroço, ficará com a boca cheia de espinhos. O jeito certo de comer o pequi é roendo.

Dica:
Para acompanhar, carne-de-sol frita ou assada no espeto sobre brasas.




O Pequi também ameniza o tratamento de câncer

Pesquisadores da UnB mostram que fruto ameniza ação degenerativa de drogas do tratamento da doença

Há quem não goste, mas quem não dispensa o pequi, um dos mais tradicionais ingredientes da culinária goiana, tem agora mais motivos ainda para consumi-lo. O fruto típico do Cerrado tem propriedades que o indicam como coadjuvante eficiente no tratamento de câncer e, ainda, para o retardamento da velhice. Os dados foram levantados em pesquisa coordenada pelo professor César Koppe Grisólia, do Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB).

A pesquisa concluiu que o pequi é capaz de proteger as células dos efeitos colaterais das drogas usadas no tratamento de câncer, que costumam ser muito violentos. Os testes realizados em camundongos submetidos a uma combinação de substâncias como ciclofosfamida e blomicina, usadas no tratamento de pacientes com câncer, revelaram que o pequi exerceu efeito protetor contra os danos causados às células pela combinação das drogas. “Verificamos que o pequi amenizou a ação degenerativa das substâncias”, informou Grisólia, que ministrou o extrato do fruto uma vez ao dia às cobaias.

A idéia de investigar as propriedades do pequi veio com a descoberta de que ele era rico em vitaminas A, C e E. Outro benefício do consumo do fruto detectado pelos pesquisadores é que ele retarda a ação dos chamados radicais livres, moléculas que se formam no organismo humano e provocam reação danosa às células. Essas substâncias podem levar à formação de tumores, ao surgimento de doenças cardiovasculares e ao envelhecimento.

Grisólia afirma que essa pesquisa é a primeira de uma série que ainda está por vir. “Ainda não foram feitos estudos em humanos e não sabemos qual o índice da proteção”, explica o professor. Ele salienta que o maior mérito da pesquisa é chamar a atenção para a necessidade de preservação do Cerrado, que está sendo destruído pela expansão da fronteira agrícola e, no caso do pequi, para o aproveitamento de sua madeira pela indústria carvoeira. “O pequi em pé é mais importante do que transformado em carvão”, ressalta Grisólia. O professor diz ainda que é provável que outras frutos do Cerrado, de cor amarela e também ricos em caroteno, tenham o mesmo potencial.

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HOMOFOBIA

"Tá aí um argumento bem razoável..."


"Além disto não se deve interferir na formação:


Quando Carlinhos era pequeno, queria brincar com bonecas e seus pais fizeram ele desistir pois era coisa de viado...

Aos 10 anos Carlinhos gostava de ajudar a mamãe na cozinha e seu pai o arrastava para a oficina, pois isto era coisa de viado...

Aos 12 anos Carlinhos queria ser bailarino e seus pais o desencorajaram, porque era coisa de viado...

Na adolescência ele quis ser cabeleireiro, mas seus pais não deixaram porque era coisa de viado...

Finalmente aos 20 anos, resolveu ser estilista, e novamente seus pais não permitiram porque era coisa de viado...

Agora Carlinhos cresceu, é viado e não sabe fazer porra nenhuma..."

Recebi via e-mail, não sei quem é o autor, por isso, se me permite..... Postei! Obrigado!

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"Essa é boa!!!!

"O BALONISTA grita para o homem que caminha na estrada:

- Prometi a um amigo que me encontraria com ele às 2 horas da tarde, mas já são 4 e nem sei onde estou. Poderia me ajudar?

- Você está a uns 5 metro acima da estrada e a 33 graus de latitude sul e 51 graus de longitude oeste.

E o Balonista, com sorriso irônico:

- Você é engenheiro?

- Sim, como descobriu?

- Simples! O que você me disse está tecnicamente correto, mas é inútil. Continuo perdido. Não consegue uma resposta melhor?

- E você é petista! Retrucou o andarilho.

- Sim, sou filiado. Como descobriu?

- Fácil! Você subiu sem ter a mínima noção de orientação. Não sabe o que fazer, onde está e para onde ir. Fez promessa e não tem a menor idéia de como conseguir cumpri-la. Espera qu outra pessoa resolva seu problema. continua perdido e acha que a culpa de seu problema passou a ser minha." (Fábio Diniz)

Representações da vida ORLANDO VILLAS BÔAS*

No Quarup, o vencedor das disputas tem o direito de fazer as pintas pretas da sucuri nas costas

Os símbolos são usados por todos os povos como uma representação material do imaginário. Na cultura indígena, essas formas de interpretação são expressas com freqüência, por exemplo, através de objetos, pinturas ou festas. Se a balança é a imagem da justiça, a água é da purificação e o sol, da vida; para o índio a cobra-grande significa força. Afinal, sua figura mitológica é temida por tamanha maldade capaz de virar embarcações. Outro bicho, a harpia - um dos maiores gaviões brasileiros - é reverenciada como a dona do espaço por sua imponência e domínio das alturas. Apesar das diferenças entre as etnias, as tribos do Alto Xingu usam imagens semelhantes como forma de exprimir suas emoções e de comportamentos dentro da sociedade. Conheça alguns deles:

Peixe - O mais constante na cultura por estar ligado à alimentação. Pode ser visto como pintura feita à base de carvão e jenipapo na altura dos olhos de homens e mulheres, nos objetos de decoração ou durante os cerimoniais.

Onça - A força e a quase invencibilidade do animal expressam destemor e audácia. Por isso, suas vistosas pintas pretas aparecem na ornamentação corporal durante o cerimonial do Javari, uma guerra simbólica entre duas aldeias.

Naitu - Termo indígena que significa distinção. É simbolizado por dois traços paralelos feitos com carvão e jenipapo na face das mulheres e das crianças. Somente os índios da linhagem de Maivotsinin, o criador, têm a permissão para fazer essa pintura. Ela significa nobreza, mas não confere nenhuma deferência a quem a utiliza.

Flauta-jacuí - Representa um símbolo fálico e é guardada na casa dos homens. Por isso, as mulheres são terminantemente proibidas de vê-la quando os índios começam a tocar o instrumento em homenagem a Jacuí, a entidade que representa a dona da flauta.

Quarup - Quando o sol transforma as figuras criadas em madeira em pessoas. A pintura tapacá, uma interpretação da criação, é formada por losangos com riscos de carvão e jenipapo. É a mais importante cerimônia religiosa, na qual o morto tem a última chance de retornar à vida, se não estiver satisfeito no mundo em que vive.

Sucuri - Por ocasião do Quarup, há uma acirrada luta entre os promotores do cerimonial e os índios convidados de outras aldeias. Aqueles que mais se sobressaírem têm o direito de colorir as costas com um vermelho intenso e fazer pintas pretas, como as da cobra-grande.

Uluri - Significa recato. É uma espécie de cinto trançado com fios de buriti que contorna os quadris e passa entre as pernas das mulheres para proteger a genitália. Os homens (adultos ou crianças) não podem tocar nesse adorno com o risco de ficarem impotentes, segundo a tradição. Na prática, é uma forma da mulher controlar as relações sexuais com seu parceiro.

Flor-de-bananeira-brava - Peculiar da tribo juruna. Ninguém (adultos e crianças) sai da maloca sem colocá-la no alto da testa.

* A revista GLOBO RURAL continua publicando os últimos textos encaminhados por Orlando Villas Bôas antes de seu falecimento, em dezembro de 2002